A coleta seletiva em condomínios é uma tarefa a ser feita por todos os moradores, resultando em descarte correto de todo o lixo e conscientizando os condôminos em relação a medidas sustentáveis na rotina condominial.
Uma pilha de 85,2 milhões de carros populares. Esse número representa a quantidade de volume de lixo que os brasileiros geraram em 2022, segundo o Panorama dos Resíduos Sólidos do Brasil.
Individualmente, cada brasileiro gerou 381 kg por ano, em média. Isso significa mais de um kg de lixo por dia.
De todo esse lixo, apenas três em cada quatro municípios brasileiros (75%), apresentaram iniciativas de coleta seletiva.
E isso é um problema, já que, se depositado em locais inadequados, haverá impactos diretos na saúde da população devido à poluição da água e do solo, da flora e fauna, e na emissão de gases de efeito estufa.
Durante a pandemia, entre 2020 e 2021, ainda segundo o Panorama dos Resíduos Sólidos do Brasil, houve um aumento de 4% na geração de resíduos sólidos no país, com média de 1,07 kg por habitante/dia. Em contrapartida, apenas 16,5 milhões de pessoas não têm serviço de coleta seletiva na porta de casa.
SAIBA MAIS – Coleta seletiva de lixo ainda é mínima na maioria das cidades brasileiras
Aí que entra a coleta seletiva em condomínios. Se o empreendimento tiver os equipamentos necessários para fazer a coleta, fica mais fácil para os moradores do local realizarem a separação do lixo e descartar no local correto. Depois, a própria cooperativa contratada pela administradora do condomínio realiza o descarte.
Mas, como funciona a coleta seletiva em condomínios?
Continue a leitura e confira tudo o que você precisa saber para implementar essa alternativa sustentável no seu condomínio!
Por que é importante realizar a coleta seletiva em condomínios?
Primeiramente, porque precisamos cuidar do meio ambiente.
Além disso, é preciso observar que a vida em comunidade requer muita organização e limpeza. Por isso, fazer a coleta seletiva em condomínios também auxilia na redução de propagação de pragas urbanas e aumenta o valor do imóvel.
Pensando pelo lado financeiro, a coleta seletiva em condomínios permite captar recursos através da reciclagem. Afinal, é possível vender os materiais reciclados para cooperativas e o valor arrecadado pode ser revertido para fazer melhorias no condomínio.
É importante saber que não existe nenhuma lei que obrigue a realização da coleta seletiva em condomínios. No entanto, a Lei Federal 12.305 de 2010 instituiu a Política Nacional de Resíduos Sólidos, atribuindo aos consumidores a “responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos”.
Nesta Lei, os municípios têm a permissão de implantar seus próprios sistemas de coleta seletiva e, aos consumidores, ficam duas obrigações:
- Acondicionar adequadamente e de forma diferenciada os resíduos sólidos gerados
- Disponibilizar adequadamente os resíduos sólidos reutilizáveis e recicláveis para coleta ou devolução
Com essa permissão da Lei Federal, o Estado de São Paulo tem sua própria lei (12.528/2007), que obriga “condomínios residenciais com, no mínimo, 50 habitações” a realizar a coleta seletiva.
Simplificando, existe uma teoria muito difundida para explicar a coleta seletiva. É a teoria dos 3 R’s:
- REDUZIR – através de uma mudança de hábitos de consumo, reduzir a proliferação de lixo
- REUTILIZAR – continuar usando materiais em bom estado, como potes de sorvete ou sacolas
- RECICLAR – transformar materiais usados em novos produtos, por meio de processos artesanais ou industriais
Afinal, o que é coleta seletiva?
Coleta seletiva é a separação e destinação correta do lixo de acordo com cada tipo de material.
Quando falamos de lixo, é preciso esclarecer: lixo é uma palavra geral para designar dois conceitos:
- RESÍDUO – descartes que ainda tem utilização, transformados através da reciclagem ou da reutilização
- REJEITO – materiais que não podem ser usados novamente
Dito isso, a coleta seletiva deve ser dividida em quatro tipos:
Lixo úmido | Lixo seco | Lixo reciclável | Lixo orgânico
Assim, foram estabelecidas cores para designar o tipo de lixo em cada lixeira coletora:
- AZUL – papéis
- VERDE – vidros
- PRETO – madeira
- AMARELO – metais
- VERMELHO – plásticos
- BRANCO – lixo hospitalar
- ROXO – resíduos radioativos
- LARANJA – resíduos perigosos
- CINZA – materiais não reciclados
- MARROM – resíduos orgânicos (comida)
Como implantar a coleta seletiva em condomínios?
- PLANO DE AÇÃO
Primeiramente, verifique quantas pessoas moram em seu condomínio. Caso você não saiba: cada apartamento é capaz de produzir 100 litros de resíduos recicláveis por semana. Sendo assim, você precisa calcular quantas lixeiras serão necessárias e quantas vezes por mês será preciso coletar o lixo.
Em seguida, defina se haverá coleta apenas dos lixos orgânico e reciclável ou de outros tipos também, como lixo eletrônico, por exemplo.
Ao implantar a coleta seletiva em condomínios, não é necessário instalar uma lixeira para cada tipo de lixo, se o seu empreendimento não tem verba ou espaço suficiente para isso.
Com duas lixeiras grandes, uma para lixo orgânico e outra para reciclados, os moradores já conseguem fazer o descarte corretamente. Então, quando esse lixo for enviado para uma cooperativa, cada material será dispensado de acordo com suas características.
- CONSCIENTIZAÇÃO DOS MORADORES
Definiu o plano de ação?
É hora de conversar com os moradores para os conscientizar sobre a importância de realizar a coleta seletiva em condomínios.
O engajamento dos condôminos é essencial, pois, afinal, são eles que farão a divisão do lixo, ainda em seus apartamentos, para o descarte no prédio.
Inclusive, essa é uma ótima oportunidade para ensinar as crianças sobre educação ambiental. Então, que tal convidar algum educador ou ambientalista para ensinar as crianças (e os adultos também!) sobre coleta seletiva?
- ÁREA DE COLETA
Então, em qual espaço do condomínio as lixeiras serão posicionadas?
Precisa ser um ambiente limpo, fechado e de fácil acesso para todos os moradores e que impossibilite a entrada de ratos, baratas e outros animais que provoquem doenças.
Por regra dos Bombeiros, nenhuma lixeira pode ser posicionada na passagem das escadas. O mais comum é que as lixeiras ou contêineres estejam próximo à garagem, ou aos elevadores de serviço.
- EMPRESA ESPECIALIZADA PARA RETIRAR A COLETA
Uma das principais decisões relacionadas à coleta seletiva em condomínios é a empresa ou cooperativa que vai retirar todos os materiais para realizar a reciclagem.
Essa é a parte mais importante do processo de coleta: o descarte final. A empresa escolhida tem que prezar pelo menor impacto ao meio ambiente, fazer um processo de triagem, separar os componentes e destinar à reciclagem.
Realizar a coleta seletiva em condomínios é uma ação que vai trazer muitos benefícios para os condôminos e a sociedade, no geral:
- Valorização imobiliária
- Redução no índice de poluição
- Geração de empregos no setor de recicláveis
- Auxílio no desenvolvimento econômico e redução de custos
- Preservação do meio ambiente, com a diminuição do uso de recursos naturais
- Redução da proliferação de pragas urbanas no condomínio e em ambientes usados para depositar lixo
Além da coleta seletiva, existem ações de sustentabilidade no condomínio que podem ser implementadas para garantir mais qualidade de vida e cuidados com o meio ambiente. Confira aqui!
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